sexta-feira, 3 de outubro de 2008



24 de setembro de 2008 - quarta-feira


Sem dúvida, não tenho sido uma aluna muito assídua. Há uma semana e meia não compareço às aulas. Compromete o andamento, o desenvolvimento, entre outras coisas. Contudo, foram escolhas, simplesmente uma questão de prioridade em caráter de urgência e de necessidade: Preenchimento do relatório técnico parcial da Fapesb e apresentação da performance de abertura da exposição da obra ITERA, de Maurício Topal, no MAM - Salvador/BA.


Atualizando o conteúdo perdido: Conexões ósseas. Segundo o prof., ainda terei a oportunidade de vivenciar esse tema na aula de hoje.
Respirar é a costumeira atividade introdutória... para relaxar e ser possível a percepção de si, dos outros, das relações, do corpo durante as atividades futuras. Enfim, uma pausa no cotidiano para "cuidar de si". Suspiro.
A proposta é andar pela sala e encontrar um parceiro. Sensibilização dos pontos: cabeça, escápulas, mãos, crista ilíaca, ísquios, calcâneos, sacro e púbis. O outro toca os pontos, pressionando-os um a um, circularmente, vagosa e delicadamente.

Primeiro ela e depois eu.

Ela, não a conheço. Hoje é o seu primeiro dia na aula. A pessoa é comunicativa, carismática e pareceu-me já ser profissional da área (teatro). Mas como até hoje não sei o seu nome, então, a chamarei de "ela".

Ela, em pé, fecha os olhos e permite o toque receptivamente. Seu corpo, sensível, flexibiliza-se feito bambú, deslocando seu eixo em função da pressão do toque.

Após ter passado por todos os pontos, ela movimenta-se de acordo com suas percepções, memória, vivenciando suas próprias histórias/imagens, compondo uma dramaturgia pessoal na qual, parece-me, "personagens" dançam acionados pela conexão música/memória corporal.

O espaço pessoal (cinesfera) deve ser protegido pelo outro (no caso d"ela", por mim), para que não haja encontros com outros corpos dançantes, numa tentativa de preservar a "integridade" física e o fluxo sem interrupções das percepções na realização da atividade.

Ela dança prazeirosamente, dialogando com os toques "protetores", incorporando-os em sua movmentação.



turbilhão de pensamentos


Eu. Ela toca os pontos, ativando a percepção e a presença. O silêncio viabiliza/favorece o encontro sem interferências externas. Improviso sem dialogar com imagens. Elas quase nunca se fazem presentes. Minha dança, digamos, é uma dança da sensação, uma conversa incessante entre a presença e a ausência, em busca de territorialização, desterritorialização e novos agenciamentos corporificados. CSO - Deleuze. Corporeidade, transitoreidade, (re)construção.

A consciência do diálogo entre o dentro e o fora, sempre presentes, possibilita a percepção da noção do espaço externo e da presença da pele (fronteira) como lugar de passagem, sem que haja grandes conflitos na transição entre intersubjetvidade e os diálogos externos, incorporando positivamente ao movimento as interferências externas.




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