sexta-feira, 3 de outubro de 2008


10 de setembro de 2008 - quarta-feira
Todos os dias deveriam conter um algo de tango


Não são dois pra lá, nem dois pra cá; mas às vezes também pode ser... Tango é o encontro do cheio com o vazio, misturando-se continuamente. É conduzir e ser conduzido, sem saber quem conduz quem ou quem é conduzido por quem. Mas ao mesmo tempo, é perceber e permitir que o movimento dos dois esteja no domínio de um dos dois. Como já dizia o Caro Prof. Mallet, domínio é diferente de controle. E de fato, é possível adquirir o domínio - técnico, expressivo, etc - mas controle, é demasiado pretensioso. Impossível. Click.
Por analogia, tango também é a relação da música com a dança, da dança com o espaço, uma questão de tempo e de experiência. Uma atividade lúdica e sexual. Penetra-se o espaço, o outro, explora-se os limites, as superfícies, as formas, as texturas, as densidades, as fragilidades, os apoios... Se o caminho se faz caminhando, tango se faz dançando.
Dança-se tango só e/ou acompanhado, desde que se saiba que para isso é preciso de dois ou mais. Tango é necessariamente, no mínimo, um duo, um diálogo com o outro e/ou consigo mesmo, uma constante troca de informação e transformação. Mas como tudo, cada um deles tem o seu próprio momento, a sua particularidade e potencialidade, com possibilidades múltiplas.
Todos os dias deveriam conter algo de tango... um pouco de tango pra lá e um outro tanto de tango pra cá.
Leitura de texto para próxima aula: GREINER, Christine. As novas dramaturgias.

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